A culpa é tema constante na clínica. Aparece sob vários disfarces ou é escancarada em discursos autodepreciativos. É uma emoção que se apresenta à nossa consciência através da sensação de sermos indignos, maus, e nos brinda, ainda, com remorso e censura. Geralmente é o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos.
Se apresenta também quando valorizamos demais nossas falhas, erros e imperfeições, gerando crenças infundadas ao nosso respeito.
A partir deste autojulgamento implacável nos punimos, sofrendo emocional e psiquicamente as conseqüências desta autodepreciação... sem dó nem piedade.
Pessoas que se preocupam excessivamente com a opinião dos outros, que têm dificuldade em dizer não, que precisam agradar e não se sentem merecedoras de coisas boas são grandes vítimas deste famigerado sentimento.
Outros, ainda, podem se sentir culpados pelo conceito de pecado imposto por muitas religiões, pela manipulação de uma sociedade arcaica com seus preconceitos e expectativas irreais que trazem a sensação de não sermos o bastante, dignos, bons, brilhantes...
Remorso, tristeza, sofrimento, imobilidade e, muitas vezes, doenças, são o resultado deste sentimento que não leva a lugar nenhum. Se trocássemos a palavra culpa por responsabilidade talvez mudássemos a perspectiva sobre nossos atos e sobre nós mesmos. Ao nos culpar ficamos na estagnação da vítima, que nada tem a fazer – apenas sofrer.
Quando, ao contrário, nos responsabilizamos, olhamos nossos atos e sentimentos sob a luz da transformação, saímos do passado e nos voltamos para o presente revendo comportamentos e sentimentos. Ao aceitar nossas imperfeições, tratamos de aprender com os erros. Este simples trocar de verbo proporciona crescimento e faz com que acreditemos na capacidade de nos modificar, mudando a forma de sentir e de estar no mundo.
Adriana Roitman
Coisa boa é cheiro de bolo pela casa, café fresco de manha e a brisa do começo do dia.
ResponderExcluirRiso da crianças que enche a casa e espanta o mal.
Andar descalço , comer pastel com garapa, sem pressa
Coisa boa é ouvir a melhor musica com as melhores lembranças da sua vida.
Encontrar velhos amigos e rir das mesmas coisas que o tempo não apagou.
Ler Clarice Lispector ou qualquer outra coisa.
Coisa boa é receber flores , pé com pé e dormir de conchinha.
Contemplar o horizonte sem pressa do dia terminar.
Banho quente, chá e bolinho de chuva
Andar a beira mar vendo o pôr do sol
Coisa boa é o abraço forte até sentir o coração do outro.
Poder dizer , sem culpa, “ hoje eu não fiz nada”
Olhar para seu filho e pensar “ eu fiz um bom trabalho”
Coisa boa é falar e sorrir com os olhos
Ficar em silencio
Tomar sorvete na praia
Cheiro de mato
Cheiro de chuva
Coisa boa é coisa simples. É o respeito e o zelo nas pequenices. Coisa boa é verbalizar o que incomoda na tentativa de acertar.